Que o sorriso de um bebê passa mais rápido que o choro dele, todo mundo sabe; mas até que ponto essa variação de velocidade vale?
Sem física ou psicologia. Apenas prática.
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É, não me vem luz alguma para ‘pensar’ isso. Talvez ela, a luz, com sua dualidade, com seu brilho e, às vezes, seu calor, possa explicar. Mas ela, assim como nós, não tem paciência para “ter tempo” de pensar isso.
Hoje somos rápidos. Temos uma síndrome de luz; carros rápidos, comunicação rápida... tudo, ou quase tudo. E ainda sim, sem tempo. Podemos criar um mundo em sete dias(mesmo que virtual), mas não paramos sete minutos para fazer uma criança sorrir(ou tentar ao menos). Não lembramos que a cada grão de areia que cai é, talvez, um minuto a menos de vida. Isso sim que é rapidez! E totalmente ilógico.
E se o mundo se explodirá em sete mil anos ou em sete anos, ninguém sabe. Por mais que o estudem, ele pode ser igual a nós: sem paciência. Ilógico.
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Na verdade, dane-se. Dane-se e é só. Eu não ligo, você e ninguém liga. Fato.
Que morra o mundo. E tomara que não atrapalhe nossa rapidez.
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Talvez tenhamos que nos espelhar na Lua. Sim, ela. Sempre lá. Devagar, se movendo com a lerdeza e a doçura de uma grávida de sete meses.
Sempre bela e tímida. Reconhece humildemente seu pequeno tamanho. Aparecendo de tempos
Vendo assim, a Lua é mais humana que nós.
É dona Lua, e todo mundo chama o Sol de rei; e você? Um mero astro. Mas continue assim, tentando ensinar a nós, estúpidos seres humanos, que temos vida, que existe vida fora da nossa vida e que o espaço vai muito mais além do nosso nariz.