segunda-feira, 30 de julho de 2007

A maior espera



Você vive pra quê?
Muita gente não sabe. Eles são confusos? Não. Normais. Só estão procurando sua essência, ou melhor: esperando-a.
Você espera pelo o quê? Por quê? Por quanto tempo?
Nossa maior benção e nossa maior maldição. Tipo o lance do remédio e da cura. Apenas com uma diferença. Após acabar, ela se transformará em apenas uma. Nada de visão dupla aqui. Nada de dualismos ou contradições.
Quando ela é ainda viva, temos sim a dualidade: bom e ruim. Experimentamos as duas sensações. “Será que vai ser bom(a)?” e “Será que vai se ruim?”. Isto é tudo, quando se está apenas tentando. Isso é o que se tem quando se espera. Quando o esperar ainda está vivo e pulsante. Ali.
Mas quando a espera se vai, existem apenas situações. Temporárias ou eternas (até que a morte os separe, ou até que acabe na primeira traição).
É agora que o dualismo nos deixa. Deixando sua metade. Seu 50% de expectativas. Porque numa espera, metade é boa e outra é ruim, por mais que se tenham pensamentos positivos. Isso não existe. O que existe é: uma infinidade de possibilidades que apenas esperam se tornarem fatos (ou voltar a ser possibilidades, algumas perdidas outras não).
É por essas possibilidades (tornando-se fatos ou não) quem alguém espera.
...

E a maior espera que você (ou alguém) pode ter... é... eu não sei. Vamos ter que esperar pra ver.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Perfeição.

Equilíbrio.
Quase tudo tende a ele. Sendo ele a vitória para muitos; impossível e (praticamente) inalcançável para todos. E (como quase tudo nesse mundo) relativo.
Mas algo perfeito (pra mim) é quando tudo está equilibrado. Sem pesos excedentes; seja num relacionamento, na família, numa conversa ou numa receita de bolo, onde tudo tem que ter sua dose certa para que seja perfeito.
Porém, essa “dose certa” (durante o viver) não é fácil de encontrar. Como se viver fosse igual a fazer um bolo, só que sem a bendita e salvadora receita “de bolo” do lado. Tem sempre que fazer. Ir parando, experimentando, gostando ou não. Mudando, fazendo mudanças, preservando mudanças ou simplesmente não fazendo nada, deixando como está. Simples. Lógico que é cansativo. Mas é aí que a vida acontece. É aí que existe uma “graça” no viver. Ir à procura da felicidade.
Pois a felicidade não se encontra num lugar. Mas numa possibilidade de estar (permanentemente) pensando, mudando, experimentando o novo ou revivendo o velho. Mudando conceitos. Fazendo conceitos. Sentindo conceitos. Fazendo sentido. Dando um sentido e sempre mudando esse sentido. Um sentido só é cansativo, nos deixa inerte. Repouso em relação a tudo, como um espaço absoluto.
Experimentar sempre. E sempre. Nunca o mesmo. Abaixo o mesmo.
E pensar que nem sempre estar num repouso é algo prejudicial. Há momentos que tem que saber ficar quieto. Folgar. Descansar. Deixar levar-se por uma força invisível e inexplicável, que apenas te leva e te leva. Esperar que as coisas caiam do céu.
E assim, não tendo isso como uma receita, a perfeição pode ser vista, mas nunca alcançada. Perfeição não pode ser medida, nunca. Apenas comparada. Comparar momentos e senti-los.
...
(Coisas boas caem do céu sim. E tenha sempre em mente, você pode ser o céu de alguém).

domingo, 22 de julho de 2007

Então...

A cabeça cheia de pensamentos indesejáveis. " Fica tranquilo! É só questão de tempo " - digo pra mim mesmo repetidas vezes. Por quê não consigo relaxar? Já me dei mal tantas vezes por causa da ansiedade, e ainda assim persisto nela.
Mas, chega.
Há! De hoje em diante, diante de mim e da vida, estou bem. Por quê não? Estar bem, é bom. Lembra do bom gosto? Então...
Saudades? Fotos. Solidão? Amigos. Carência? Quem sabe...
Quem sabe me ajeito por aí. Sem pressa, sem peças. "Assim se quer, assim será". Que minha maior preocupação seja não levar uma multa enquanto dirijo pensando em algo menor que o nada. E que o nada signifique a calma do sono de um recém nascido. Quem me dera, mesmo que por apenas milésimos de segundo, sentir a paz da pequena Zoé. Que não se incomoda nem pelo fato de não conseguir sustentar a própria cabeça.
A cabeça? Mais leve.
Escrever é o melhor remédio. Só quero encontrar aquela paz de exatamente dois anos atrás. Um mês antes dos olhares e sorrisos que me deram um novo rumo. Uma nova alegria. Um novo amor.
E agora, que o novo seja o velho, e que o velho seja a nossa lição.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Meu. Seu. Nosso tempo.

Tudo tem seu tempo, e é exclusivamente o seu tempo que eu espero. Espero acabar a rotina, a fadiga e a preocupação. Depois do esforço, devidamente recompensado, espero por você.
Esperar o esperado com esperança.
Parece demência, mas é tudo que posso ( e quero ) fazer.
O toque único. Restrito. A mesmice do meu telefone acabando com a nova melodia.
Ambiguidades? Sou o rei delas. Coroado com palavras sem sentido.
Não podemos repetir, graças a Deus. Podemos ser melhores! O pódio mais alto, mais desejado, é o nosso. E espero que seja realmente nosso.
O único que eu quero enganar é o medo, pois este sim é o verdadeiro oposto do amor.
Toda a sorte do mundo parece estar comigo no instante agora. E, em um instante, o abraço parece que não terá mais fim. Ou ao menos não deveria.
Parágrafos. Muitos deles.
Todos com o mesmo enfoque.
Você.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Dúvida aos 20


A palavra, sem graça.
A hora, ingrata.
Mistura quase perfeita para a formação de ventos extremistas que sopram sobre a vela do meu barco. De duas, apenas uma: ou nada anda; ou tudo anda tão rápido e inconstante, que nada se aproveita.
“Olha a dúvida!”: ‘Ó céus!’.
“Olha o tempo!”: ‘Ó vento!’, gostaria de ouvir um: “É mentira!”. Mas não. Não. Nada, sim. E tudo me é negado.
‘Ó dúvida!’; isso é encontrar-se num duplo precipício: de um lado: cacos de vidro; de outro: flores sem espinhos. Meus acompanhantes dessa hora tão ingrata. Precipícios próximos; onde a distância é incerta e cuidadosamente calculada, sendo usadas, apenas, poucas casas decimais do centímetro. Ou seja, um passo dado: uma queda! Ou corta-se demais, ou nada acontece.
‘Cadê minhas flores com espinhos?’ (Não me aponte as de vidro. Brilham, eu sei. Mas são enfeites, não respiram).
(Ó indefesa criatura) À procura do seu rumo, do seu “vento”, do seu tempo.
(Ó indefesa criatura) À espera de raios. Acontecimentos não pressentidos. Um amor. Uma sorte. Uma fé.
Salvar o mundo ou fugir de tudo?
Quem procura respostas, entra em guerra interior.
E quem quer apenas paz, procura o quê?
‘Ó dúvida... ’





segunda-feira, 9 de julho de 2007

In Memoriam

Buscando palavras.
(...)
Nem parece que faz tanto tempo. Lembro das broncas, da lama, dos amigos. Dos amores me lembro mais. Árvores, alturas, bilhetes e sorrisos. Lembro das professoras, salas de aula, verbos e seus complementos. O complemento do passado é a saudade.
Soedade, soidade, suidade, solitate. Talvez a palavra tenha saudade de seu passado. A etimologia que o diga.
Penso se no amanhã terei saudade do hoje, vulgo ontem. As pessoas não dão valor pro hoje, enquanto o hoje não se torna o ontem. Tudo tem seu segmento, sua linha. Dependemos tanto do ontem quanto do anteontem.
Vivo o hoje para que o amanhã reflita minha luta, esperando, com esperança, a tão sonhada dignidade.
A interpretação está nos olhos de quem lê.
Levarei comigo minha caixa de cartas marcadas, fotos e uma velha musica.
" Se meu mundo é saudosista, talvez eu resista e possa controlar meu desejo de estar de novo com vocês. "
A manhã, aurora do meu dia. O amanhã, aurora da minha vida.

In Memoriam: Jorge Vieira.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Pensamentos e trovões

O branco da página liberta tantas coisas da minha imaginação que minha boca nem ousaria tentar acompanhar. Poemas, versos, rimas. Todos gratos ao branco por ter sido a chave da prisão onde estavam.
Não me inspiro em algo concreto, muito menos em algo único. A tempestade de pensamentos, chuvas e mais chuvas de idéias, problemas, decisões e encruzilhadas fazem das minhas palavras ( muitas vezes tortas ), portas para uma possível compreensão do tal "eu".
Eu não sei. Sou logrado por mim mesmo por causa disso. Certezas incertas, mentiras sinceras, esperanças falidas...Ou não.
Engraçado como esse "ou não" tem me salvado dia após dia, decepções após decepções. É como se fosse um conserto, uma revisão, " com certeza acabou...ou não " .
Como já dizia o poeta, fé cega e pé atrás.
Aprendi que não se pode jorgar-se de uma ponte confiando apenas em uma corda amarrada em seus pés. No mínimo, 7 cordas. 7 provas. 7 razões que valham a pena. Sou totalmente emoção, preso na razão. E ainda assim, logrado por mim mesmo.
Me deram o script da vida, e me recusei a ler. Mas de relance eu vi que no final tudo ficaria bem. E até lá, vou viver da melhor forma possível.
Tenho muitas coisas por fazer, sendo que a primeira delas é não me preocupar com isso.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Saca?



É dificil entender como você reaparece no lugar o qual você nunca tirou os pés.Nunca saiu. Nenhum passo. Centímetros. Nada. Apenas um gesto. Um oi. E lá está você de novo, visível novamente. E o que fazer? Como agir? Será? Sei lá. Só sei que é bom. E eu gosto do que é bom. Bom gosto, saca?
Aquele passado seletivo, onde só as coisas boas retornam, e, quando vejo, estou nele como se fosse o presente. Ou imaginando como seria ele no futuro.Saca? Eu não.
Muitas coisas mudaram. Ou melhor, amadureceram. Foi bom. Hoje vejo como um aprendizado. Demorei! Mas aprendi. E sim, eu posso. Você pode? Querer não é o suficiente. Viva! Eu tenho certeza que isso nós fizemos.
Viva! ( e deixe viver )
Eu tive ( e tenho ) vontade de te fazer feliz.
Agora ouça a música. Baixinha, distante...ouviu? Todo ritmo frenético com uma letra de esperança. " Ao tempo em que nada nos dividia...era a perfeita simetria...Vamos voltar. "A distância, o único defeito, o sonho, o sorriso de sol...Se não valesse a pena, eu não tentaria.Mas estão ai. Todas minhas fichas. O que é pra ser nosso, será nosso.